terça-feira, 3 de novembro de 2009

Estruturas, funções, processos e experiências

Rituais e ritualizações podem ser entendidos de pelo menos quatro perspectivas:

1. Estruturas – como os rituais se parecem e soam, como eles usam o espaço, quem os performa e como eles são performados.

2. Funções – o que os rituais realizam para os grupos, as culturas e os indivíduos.

3. Processos – a dinâmica de alicerce guiando os rituais; como eles representam as mudanças e como eles as provocam.

4. Experiências – como é estar “em” um ritual.

Os etologistas estudam a continuidade entre os rituais humanos e os animais, particularmente como eles controlam e redirecionam a agressividade, a hierarquia estabelecida e mantida e o território marcado e defendido. Neuropsicólogos acreditam que certos ritmos repetitivos estimulam o cérebro, levam a uma “experiência oceânica” [ver “senso oceânico] de bem-estar máximo. Paleontólogos estudando a “arte” das cavernas da Europa supuseram que a caça e os rituais de fertilidade eram provavelmente performados em associação com pinturas e esculturas. A “arte” pode ter sido uma depositária da memória grupal antes da escrita. Antropólogos observam e teorizam sobre a miríade de práticas ritualísticas das sociedades humanas de hoje. Teóricos da performance investigam os processos ritualísticos que sustenteam oficinas, ensaios e performances.

Somente uma parte da vasta literatura sobre rituais é relevante aos estudos da performance. Eu identifiquei sete temas-chave para explorar:

1. rituais como ações, como performances.
2. similaridades e diferenças entre os rituais humanos e animais.
3. rituais como performances subliminares acontecendo entre os estágios da vida e entre as identidades sociais.
4. o processo ritualístico.
5. dramas sociais.
6. a relação entre ritual e teatro em termos da díade eficácia-entretenimento.
7. a performance tem origem nos rituais ou não?

"O ritual está para os símbolos que ele dramatiza assim como a ação está para o pensamento; num segundo nível, o ritual integra pensamento e ação; e, num terceiro nível, um foco na performance ritualística integra nosso pensamento e a ação deles." (BELL, Catherine. Teoria ritualística, prática ritualística. 1992.)

(SCHECHNER, William. Performance studies.)

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