HIPERCUBISMO
O hipercubismo é uma tentativa de definir um movimento que compreenda e transcenda a teoria pós-moderna, exigindo uma nova linguagem para descrever o zeigeist da mídia contemporânea. É o reconhecimento dessa nova tendência construtiva que une as partículas criadas pela análise desconstrucionista pós-moderna. Nesse sentido, o hipercubismo pode ser considerado um movimento sintético e associativo. É um movimento para o século XXI, apesar de ter suas raízes no começo do século XX.
Consideramos que a nova estrutura do conhecimento é a principal força por trás dessa nova linguagem. O contínuo que passou pela agricultura e os livros na forma de uma Árvore do Conhecimento cada vez mais ampla está, pouco a pouco, acabando, à medida que a Internet remodela o conhecimento humano na forma de uma Nuvem de Dados. Essa reestruturação do conhecimento possui ramificações profundas, desde o modo como as pessoas aprendem ao modo como os governos governam e as empresas fazem negócios. A principal transformação é de hierarquias que favorecem pontos de vista exclusivos em uma pluralidade que favorece a sabedoria das multidões.[1]
A chegada de uma era de nuvem
Durante muito tempo fez sentido pensar em modelos de mundo com estruturas em árvore. A tendência do pensamento em árvores é dividir as coisas em partes cada vez menores, criando uma estrutura de galhos e ramos.
Quando esse vetor de investigação realizou todo o seu potencial, o ser humano dividiu o átomo. Esse desenvolvimento literalmente explodiu as noções de mundo da grande maioria das pessoas quando a tecnologia de divisão do átomo se manifestou na forma da destruição cataclísmica que foi o bombardeio de Hiroshima e Nagasaki.
Esses incidentes marcaram a primeira visualização, em escala global, da nova nuvem de conhecimento humano, simbolizando o começo de uma nova era da civilização. Aliás, até hoje não temos certeza de até que ponto podemos dividir a matéria em pedacinhos menores. Este ano, o CERN inaugurou o Large Hadron Collider, o maior e mais complexo instrumento científico do mundo. Então a busca por partículas cada vez menores vai muito bem, obrigado.
A propósito, o CERN seria o berço da inovação tecnológica que realmente transformou a nuvem em uma metáfora com potencial positivo: a Internet. Com o nascimento da Internet, a humanidade abraçou a idéia do conhecimento como nuvem de dados, livre dos limites do mundo físico dos livros.
Essa nova nuvem de conhecimento está sempre mudando. Com um pouco de certeza e arrogância, podemos afirmar que a Internet que conhecemos hoje em 2008 será radicalmente diferente em cinco a dez anos. As evidências disso estão na rápida disseminação de fenômenos como Wikipedia, YouTube, Skype e Facebook, serviços que são ao mesmo tempo extremamente novos e que não precisam ser apresentados a ninguém, dada a sua imensa popularidade e aceitação em massa.
nto da Internet móvel, a consciência em nuvem está começando a transformar, além dos escritórios e dos quartos, todos os espaços comuns. Muitos de nós andam pela cidade com portais radicais para o espaço-tempo em nossos bolsos, capazes de canalizar o conhecimento de toda a nuvem: smart phones. A crítica da década de noventa era que surfar a Internet deixava as pessoas preguiçosas e as afastava da sociedade. Agora, isso está sendo substituído pela crítica de que todos estão cada vez mais distraídos quando os encontramos em pessoa. Os indivíduos são interrompidos o tempo todo por seus smart phones, pois as pessoas estão presas entre vários espaço-tempos conflitantes.
Supostamente, a interface física dos smart phones acabarão por implodir tanto que nosso acesso à nuvem de dados se tornará parte integral da realidade cotidiana. Talvez um passo nessa direção sejam os displays miniaturizados integrados à superfície das lentes de contato.
No futuro, talvez a Internet não mereça mais o nome de "Internet", e sim de Metaverso. À medida que a realidade se transforma e adquire essa camada de metadados, nossos cotidianos mudam. Um modo de pensar nisso é que o índice de coincidências está aumentando. Com mais acesso a metadados, nossas decisões serão melhor informadas em relação a padrões naturais em nossas esferas sociais, profissionais, criativas e cívicas. Padrões que costumavam ser invisíveis. Em vez de fazer planos com seus amigos, você pode preferir que o módulo de serviços baseados em proximidade o avisem quando eles estiverem na vizinhança. Um resultado natural dessas mudanças no mundo real será que o modo como contamos histórias também mudará.
texto: gabriel shalom / tradução: desireé marantes
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