TÓQUIO - O mais velho dançarino japonês de butô, Kazuo Ohno, morreu de insuficiência respiratória nesta terça-feira, aos 103 anos. Aclamado internacionalmente, com passagens pelo Brasil por três vezes, Ohno morreu em Yokohama, no Japão.
Por sua importância, Kazuo Ohno recebeu diversas homenagens na cultura pop. No ano passado, a banda Antony and the Johnsons lançou o álbum "The crying light" cuja capa é estampada por uma dramática foto de Ohno em ação. A arte do dançarino também serviu de inspiração para Antunes Filho criar a peça "Foi Carmen", como parte das homenagens ao centenário do mestre japonês.
Seu encontro com Tatsumi Hijikata - fundador do butô -e as influências da dança moderna levaram Ohno a popularizar o estilo, caracterizado por pinturas corporais e faciais e movimentos lentos. O butô é uma dança em que bu (mãos) e toh (pés) trabalham ora em conjunto ora de forma independente. Minimalista, Ohno sempre se apresentava vestido de mulher. Entre seus trabalhos mais famosos estão os espetáculos "Dead Sea", "Ka Cho Fu Getsu", "My Mother" e "Water Lilies".
Nascido na ilha de Hokkaido em 1906, Ohno entrou para o estúdio de dança comandado por Baku Ishii em 1933. Depois de uma pausa de nove anos nas atividades durante a Segunda Guerra Mundial, em que serviu na China e na Nova Guiné e foi prisioneiro de guerra, Ohno fez sua primeira apresentação na capital japonesa em 1949, aos 43 anos.
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