Grifos em negrito, (...) e . . . para representar cortes & [comentários meus entre colchetes].
"Desde que Marcel Duchamp . . . mandou um urinol para ser exposto numa galeria de Nova York e, quase em seguida, em 1915, montou uma roda de bicicleta equilibrada sobre um pequeno banco e a fez passar por obra de arte, abriu-se a Caixa de Pandora dos horrores estéticos que a partir de então invadiram o cenário das exposições de arte. Para acentuar ainda mais o seu deboche para com o que até então se entendia como arte, Duchamp, um pândego, um moleque crescido, pintou um belo bigode numa imagem da Mona Lisa de Leonardo da Vinci, ícone da pintura ocidental. Como ele não foi confinado num manicômio nem encarcerado por ofensas ao patrimônio estético (interessante observar que nunca o Direito Penal preocupou-se em classificar como crime hediondo quem de propósito fabricasse a feiura!), parte da vanguarda artística ocidental tomou-o como um profeta dos novos tempos. Estabeleceu-se então um deus nos acuda. (...) A gota d'água derradeira destas perversidades que acometem contra nós, pobres porto-alegrenses, foi a inauguração recente da Casa Monstro, situada na Rua dos Andradas. Pelo menos o autor, um jovem paulista [o genial Henrique Oliveira], enfim alguém sincero no ramo, não a escondeu atrás de um título esotérico ou poético: é monstruosa, sim! Trata-se da reprodução de um tumor que, inchado, é expelido pelas aberturas da construção e vem se mostrar aos olhos dos passantes, tal como se fora um abdômen de um canceroso recém aberto pelo bisturi de um cirurgião. Como se vê, uma maravilha!" (Voltaire Schilling)
"O artigo do historiador Voltaire Schilling A Cidade das Monstruosidades (ZH, 25/09/2009) tem lá o seu grau de aberração. (...)" (Gaudêncio Fidélis, Mestre em Arte pela New York University (NYU) e doutor em História da Arte pela State University of New York)
"(...) Sob muitos aspectos, entendo profundamente a indignação do professor Voltaire. Mas acho que seu texto é de uma infantilidade que faz rir. (...)" (Clóvis da Rolt)
"Ernst Gombrich nasceu na Áustria há cem anos . . . Ao completar 41 anos de idade, publicou 'A História da Arte', e depois disso poderia morrer. Aí está uma obra-prima que justifica uma vida. Talvez seja o livro de arte mais famoso do mundo. Pelo menos é o meu preferido, eu que leio bastante sobre o assunto, o que não adianta nada — não entendo lhufas de arte. Limito-me a seguir os ensinamentos do Professor Gombrich, que escreveu o seguinte: 'Não existem razões erradas para se gostar de uma obra de arte. Existem razões erradas para não se gostar de uma obra de arte.' (...) Lá em casa havia três reproduções de quadros do Miró. A primeira vez que as vi, não gostei delas. Depois, tentei entendê-las, porque é aquilo: a gente só gosta do que conhece. Dediquei-me com todo o empenho a esta tarefa. Sentava-me numa poltrona da sala e ficava olhando para os quadros. Olhando. Olhando. Sabia que na certa havia algo profundo além das figuras e das cores que divisava. Mas o quê? O quê??? Os quadros permaneceram durante anos pendurados naquela parede, sem que jamais os tivesse decifrado por completo. Terminei por me enternecer com a presença deles e até por apreciá-los, mas não pelo que representavam em termos de arte, porque isso, tanso, não entendi. (...) Quem entende de arte é assim. Aprecia a arte contemporânea, as abstrações, as instalações, mesmo as aparentemente tolas, que, no meu precário entender, são quase todas." (Davi Coimbra)
Gunter Axt - Como o problema em Porto Alegre poderia ser corrigido?
Voltaire Schilling - Sou pessimista. A tirania ideológica que os agentes culturais e os artistas plásticos exercem no nosso tempo deixa pouca margem para a oposição (todos os que a contestam são considerados: 1. nazistas; 2. fascistas; 3. stalinistas, 4. ignorantes, 5. reacionários e burros). O discurso da intimidação aos que os criticam tem sido uma arma eficaz para obter o silencio constrangedor da multidão que não quer ser taxada de imbecil pela vanguarda barulhenta dos nossos dias.
"Schopenhauer já colocou a nu essa estória de parecer ser 'difícil'. (...) Qual o problema com o belo? Concordo com o autor do artigo." (Marcelo Lied)
"Não importa se alguém acha bonita ou feia as obras citadas pelo professor. A opinião de cada um NÃO VALE NADA, só para si mesmo. O que importa é buscar a verdade sobre as obras. A verdade real. 'O que é, é, o que não é, não é'. E ESSAS OBRAS SÃO HORRÍVEIS!" (Charlus Potter)
"Finalmente alguém de bom senso para criticar essas porcarias que chamam de arte. As pessoas que fazem tais coisas não são e nunca serão artistas e pretendem impor seu ponto-de-vista obtuso acerca da vida e da arte a todas as pessoas. Parabéns pelo artigo." (Joaquim Bavaresco)
"Concordo com a ideia de despachar Voltaire para bem longe de Porto Alegre ou acabaremos sujeitos à limitação de só expor o que lhe agrada aos olhos. (O mau humor e a acidez lhe tirou toda e qualquer chance de ser levado a sério)." (Adriana Souza)
"O artigo do professor é ótimo. Revela o pensamento tacanho e preconceituoso do cidadão médio porto-alegrense. Arte não é sinônimo de belo e tampouco de obviedade. (...)" (Marcus Padilha)
"Àqueles dizendo que é preciso entender para criticar, enxerguem-se. Arte não é o domínio de alguns poucos auto-proclamados intelectuais, arte não é limitada à elite com 'formação'. Menos ainda quando é exposta publicamente, em espaços que pertencem à população. O autor do artigo está correto, sim, em criticar, pois o que vemos nesta cidade é uma aberração, e não arte. A reação pública que ocorre seguindo o artigo é o que os ditos 'artistas' mais temem, é a população finalmente percebendo sua farsa. É o povo declarando, como outra pessoa já comentou nesta página, que o REI ESTÁ NU." (André T)
"A arte é algo belo, até para quem não entende, qualquer arame enfarpado sendo juntado a algumas latas velhas hoje é considerado arte. E as pessoas ainda querem ter renda com isto. (...)" (Alberto Guterres)
"(...) A expressão de um intelectual conhecido, que expressa o que grande parte dos porto-alegrenses gostariam de dizer. Muito obrigado." (Vania Lupe Machado)
"(...) Em relação as 'obras de arte' o pior é que ainda pagamos por elas. Gasta-se uma fortuna com uma bienal que não acrescenta nada culturalmente. O Sr. Voltaire expressou fielmente o que a maioria pensa." (Levy Gonçalves de Souza)
"Despachar iria gerar custos, mais prático seria jogá-las ao fundo do Guaíba, que é o local aonde elas devem ir." (Marcinio Zilio)
"A arte tem que agradar o povo, a maioria. Tem que ter algo a ver com as tradições ou com aquilo que a população se identifique e se sinta bem ao olhar. (...)" (Sergio Luiz)
"Hoje em dia qualquer porcaria é arte, as quais deveriam ser proibidas e destruídas." (Luciano Metzler Fialho)
"Eu achei que esses levantes acerca da 'arte degenerada' tinham saído de moda pelo fim dos anos 30, na Alemanha. (...)" (Guilherme Dable)
"(...) Não se entende nada, e se aquilo são obras, quem é da área deve estar criando para eles mesmos, pois nada se entende. Ridículo tudo aquilo. Perdi meu tempo." (Humberto de Almeida Garcia Sobrinho)
" . . . o Voltare está correto. (...)" (Pedro Barros)
[Vamos julgar mais!! Quem sabe a gente colhe opinião de cada um dos moradores dos países de língua portuguesa? Teremos uma amostra ideal de avaliação artística.]
"Sim, professor!! E façamos como Hitler e condenemos toda a arte degenerada e quem a produz! Façamos de nossa Porto Alegre uma capital inspirada nos grandes mestres classicistas greco-romanos. Chega de tanta aberração produzida por essa classe de seres humanos de raça impura: os artistas. Heil!! (...)" (Thiago Martini)
"PINTURA CONTEMPORÂNEA, DANÇA CONTEMPORÂNEA ETC. ESTAMOS CERCADOS DE CONTEMPORANISMO, E COMO BEM EXPOSTO NO TEXTO, DE VERDADEIRAS MONSTRUOSIDADES. NÃO SE VAI A LUGAR NENHUM, É UM VAZIO, UM OCO E, AO MESMO TEMPO, UM CAOS. (...)" (FRITOLDO SILVA)
[Este aqui em cima nem precisa de negrito, ó. E será contatado por mim e pelo João para ser o curador - e o curandeiro - das nossas vidas, por que ele captou a Essência de Tudo.]
"Gosto é... gosto. (...)" (Carlos Antunes)
" . . . coloquem-nas nos depositos de entulhos que lá sim é lugar desse tipo de obra de arte." (Carlos Silva)
"Eu e minha família concordamos plenamente com o Professor. Cremos que Porto Alegre merece obras verdadeiramente de arte, que possam ser admiradas (e entendidas) por todos." (Rosangela Dornelles)
"(...) Abaixo as porcarias conteporâneas." (LUIS ALBERTO KAUER DE OLIVEIRA)
"Não entendo muito de arte mas trabalho do lado de uma galeria de arte e não tem nada igual aqui do lado . . . " (Marcelo Pereira)
"Monstruosidades são os argumentos usados no artigo contra a arte contemporânea, entre mediano e medíocre. Arte não é para bonito, é para provocar mesmo. Se é para embelezar a cidade, sugiro que as pessoas feias retirem-se das ruas - apesar de eu não saber quem decidirá sobre isso: o Voltaire, talvez..." (Eduardo Kersting)
"(...) Surpreendeu foi a grosseria, os termos vulgares, o reacionarismo, a intolerância vil. Quem é ele pra julgar o que é bonito ou feio? (...)" (Alessandra Maia)
" . . . é lamentável que desocupados venham promover este festival de horrores em Porto Alegre . . . Senhor Secretário de cultura vá trabalhar." (Carlos Alberto Funini)
"Entendo seu lado 'revoltadinho', Voltaire Schilling, mas existem formas mais nobres de se criticar e refletir. O seu texto não passa de uma crítica vazia e sem sentido. Fica a dica." (Edilson Cardoso)
" . . . para o fundo do oceano . . ." (Guilherme Spader)
[Cansei, agora.]
genial
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