"Sempre que começo o Butoh, sinto uma hesitação, por não saber por onde começar.
Mesmo quando pensamos sobre o que é "viver", vemos que normalmente o Butoh se preocessa num inter-relacionamento de duas atitudes, aparentemente opostas, que coexistem: a humanitarista, baseada em amor profundo e altos ideais; a realista, fundamentada nos desejos e necessidades mais diretas. Penso que o Butoh não teria existência própria, se o separássemos do ato de viver. Mas, por mais que se diga isso, não consigo deixar de hesitar todas as vezes que deparo com a questão: por onde começar? Começo sem sentir que essa hesitação significaria negar, sob um aspecto, o viver. Só posso concluir que é exatamente nesse processo denso da vida e nas situações de hesitação está o real começar do Butoh.
O Butoh começa nos movimentos cotidianos do corpo. Quando aparece alguém querendo fazer Butoh, sempre digo que isso levaria pelo menos cinco anos. Durante esse período, o aprendizado se realiza embasado não se sabe se na constante conscientização da análise e síntese dos movimentos do próprio corpo ou se no aprofundamento do conhecimento sobre o processo de viver, se em nenhum dos dois ou em ambos.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Quem eu escolho ouvir III
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